Luís Canelas: "Só com uma visão integrada no PDM podemos fixar famílias e dar futuro a Guetim"
- Notícias Guetim
- 6 de out.
- 3 min de leitura
O candidato socialista defende que “Guetim tem de deixar de ser vista como periferia”. A estratégia proposta passa por investir em habitação acessível, requalificar infraestruturas como o cemitério, o campo de futebol e o Parque do Paranho. A defesa do território face à Linha de Alta Velocidade surge como prioridade.

Guetim é a freguesia do concelho com menos habitantes, uma das mais afastadas do centro da cidade e com várias carências de infraestruturas. De que forma a CM Espinho pode contribuir para a coesão territorial e o desenvolvimento de Guetim?
Guetim tem de deixar de ser vista como periferia. O Município tem de investir em habitação, ordenamento e mobilidade que ligue melhor a freguesia às restantes e ao centro de Espinho. Obras como o alargamento do cemitério, a requalificação do Campo de Futebol e o Parque do Paranho são prioridades. Só com uma visão integrada no PDM, que promova habitação e equilíbrio entre zona industrial e residencial, podemos fixar famílias e dar futuro a Guetim.
O ex-líbris de Guetim é o seu cruzamento com a natureza, os seus espaços verdes, no entanto ao longo dos últimos anos estes têm vindo a ser postos em causa e esquecidos, como é o caso do Parque da Picadela. O que pretende fazer a este parque municipal e o que defende para os espaços verdes guetinenses caso presida o município?
Guetim tem uma identidade única, feita da sua paisagem verde, da Ribeira do Mocho, da Picadela e da Gruta da Lomba. O que ameaça estes espaços não é só o abandono, mas também o traçado da LAV, que corta a freguesia. Exigimos que a obra devolva à comunidade um verdadeiro parque urbano, valorizando a Picadela e criando um novo espaço ambiental que seja de lazer, encontro e identidade para todos os guetinenses.
Com a passagem da Linha de Alta Velocidade, várias habitações e espaços públicos podem ser postos em causa em Guetim. De que forma pensa defender os interesses da freguesia em relação a este projeto?
A LAV não pode ser só um traço no mapa. Está a mexer com casas, terrenos e famílias. O Município tem de estar do lado das pessoas: criaremos uma equipa de apoio para garantir informação, defesa de direitos e soluções habitacionais para quem for afetado. E exigiremos que esta obra deixe melhorias, como uma via alternativa que ligue a zona industrial à autoestrada e um parque ambiental que compense o impacto ambiental da intervenção.
Ao nível da saúde, Guetim é a única freguesia do concelho sem um posto de cuidados primários de saúde, uma farmácia, um centro de dia, um lar… Guetim poderá contar com resposta neste domínio?
Guetim sempre teve fragilidades nesta área. A população tem acesso a serviços em Espinho, mas é justo pedir mais proximidade. Defendemos soluções em articulação com a ULS Gaia/Espinho, como um polo de cuidados primários, à semelhança do que existe entre Silvalde e Paramos. Queremos também recuperar a antiga escola para espaço intergeracional, com valências sociais, apoio aos seniores e atividades comunitárias.
Com uma oferta escassa e a preços bastante altos, a habitação é algo bastante inacessível aos guetinenses na sua terra. De que forma poderá contribuir para a fixação dos guetinenses no território?
Guetim precisa de atrair população jovem e fixar famílias. Defendemos um programa de habitação acessível, com construção a custos controlados e incentivos à reabilitação. Queremos ainda regular o mercado, criar arrendamento acessível e apoiar jovens na primeira habitação. A intervenção prioritária será nas casas sociais da Rua General Humberto Delgado, perto da Gruta da Lomba, que devem ser renovadas e dar lugar a novos blocos de habitação digna.
A cultura é a cola que mantém uma população coesa e a freguesia viva. Durante a última década Guetim tem sentido uma perda de fulgor da sua massa associativa e dos eventos no território. Como pode a Câmara Municipal de Espinho estimular a cultura na freguesia de Guetim?
O associativismo em Guetim não perdeu fulgor por falta de vontade, mas por falta de pessoas. O maior estímulo cultural é aumentar a população, com políticas de habitação que tragam famílias e renovem coletividades. Ainda assim, o Município tem obrigação de apoiar e dinamizar cultura em todas as freguesias. Defendemos que Guetim tenha acesso regular a programação cultural e que a antiga escola possa ser transformada em polo cultural e social da freguesia.






Comentários